Demônios Devoradores

Demônios devoradores de corpos e de almas

Muito se fala sobre demônios devoradores de corpos e almas.

Antes de avançarmos, precisamos entender que os manuscritos arcaicos nem sempre são literais. Muitas vezes os termos são relativizados e não passam de metáforas para ilustrar uma situação.

Portanto, quando se lê em textos antigos sobre o Demônio Devorador, não necessariamente estão se referindo a um demônio que devora seres humanos de uma forma literal ou que sugue sua alma, levando-o a ruína.

No bíblia cristã, por exemplo, em Malaquias 3.11 há a seguinte menção:
“Por vossa causa, repreenderei o devorador, para que não vos consuma o fruto da terra”.

Podemos interpretar essa afirmação de forma literal ou metafórica. Pode-se dizer que o Devorador seria algum tipo de animal que destruiria o fruto da terra, como uma praga.

Joel 1.4 soma dados a essa análise com a passagem:
“O que deixou o gafanhoto cortador, comeu-o o gafanhoto migrador; o que deixou o migrador, comeu-o o gafanhoto devorador; o que deixou o devorador, comeu-o o gafanhoto destruidor.”

Podemos dizer que o “Devorador” aqui era de fato um gafanhoto ou alguma espécie de inseto que destruiria as platações. No Antigo Testamento, a relação entre Deus e os homens era baseada na obediência. Se o povo fosse obediente, seriam abençoados. Logo, teriam paz, boas colheitas e prosperidade. Caso contrário, seriam amaldiçoados e assim teriam falta de paz e colheitas ruins.

Mas levando para o lado metafórico, essa análise pode se transformar completamente. Se considerarmos que o fruto da terra é a humanidade em sí, pode-se dizer que quem não se aliar a deus será devorado por alguma praga. Sob essa ótica, haveriam sim demônios que devorariam, literalmente, o corpo e a alma das pessoas.

Exemplos

A exemplo disso, temos o “Coulobre”.
Trata-se de um diabo na forma de dragão que, em Provence (França), andava devorando pessoas. Em Cavaillon, cidade francesa, foi ele derrotado por São Verard.
Nicolau Mignard
, pintor francês cognominado Mignard D’Avignon (1606-1668), retratou a batalha. D’Avignon foi encarregado de trabalhar na decoração das Tulherias, antiga residência dos soberanos da França em Paris.

Encontramos ainda referencias à Azuki-babaa. Segundo lendas Japonesas, ela era uma feiticeira que tritura feijões-azuqui e que devorava pessoas.

Outro exemplo é a Grýla, uma troll do folclore islandês com apetite insaciável por crianças. Reza a lenda que ela desce de sua montanha para caçar as crianças, as coloca em seu saco e leva de volta para sua caverna onde as devora vivas.

O Yule Cat  é um felino gigantesco costuma se alimentar de crianças e adultos sem distinção, não se importando se foram bons ou maus ao longo do ano.

Lamashtu ou Dimme (na mitologia suméria) era um demônio feminino, uma deusa maligna que ameaçava as mulheres durante o parto e se alimentava da carne e do sangue dos recém-nascidos após sequestrá-los enquanto estavam sendo amamentados. Era filha do rei dos deuses Anu e Ninhursag.

O Fixum é um demonio devorador que atua nos sonhos. Grande parte de suas vítimas são pessoas que sofrem de insônia e que tem pesadelos frequentes. Aqueles que já estiveram cara-a-cara com o Fixum afirmam que seu tamanho é inacreditável e alimentar-se de sonhos perdidos é seu maior prazer.

Literal ou metáfora, depende do que queremos acreditar.