Neste breve volume, ao interpretar a renúncia do papa Bento XVI, em chave, a um só tempo, teológica e política, escatológica e histórica, Giorgio Agamben aborda a questão da crise da sociedade e das instituições contemporâneas ressaltando como ponto crucial a confusão entre legalidade e legitimidade.
No bojo de suas considerações, o filósofo italiano aponta ainda o papel da Igreja nos dias atuais.
O livro é composto por dois textos. O primeiro, “O mistério da Igreja”, é uma reflexão sobre o significado do gesto de Bento XVI à luz de Ticônio, teólogo donatista do século IV cuja doutrina teria influenciado fortemente santo Agostinho em sua concepção das duas cidades, a dos homens e a de Deus.
O segundo, “A história como mistério”, é a transcrição de uma conferência que o autor proferiu na Suíça, em novembro de 2012, quando recebeu o título honoris causa em teologia. Logo no início do volume, Agamben adverte o leitor da pertinência de publicá-los lado a lado: ambos tratam da mesma questão, o “significado político do tema messiânico do fim dos tempos, tanto hoje como há vinte séculos”.
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