Malleus Maleficarum – Heinrich Kramer e James Sprenger
Malleus Maleficarum – Heinrich Kramer e James Sprenger
Malleus Maleficarum Maleficat & earum haeresim, ut framea potentissima conterens ou mais comumente chamado apenas Malleus Maleficarum é o título original em latim deste livro.
Também chamado de O Martelo das Bruxas ou O Martelo das Feiticeiras, o livro foi publicado em 1486 ou 1487 pelos dominicanos Heinrich Kraemer (também conhecido por Heinrich Institoris) e James Sprenger, na Alemanha.
Sua públicação foi em cumprimento à bula papal Summis Desiderantis Affectibus de Inocêncio VIII, que os autorizava criar um manual de combate aos praticantes de heresias.
Mais tarde veio a se tornar o guia dos inquisidores pelo restante do século XV e seguintes. Embora outros manuais tenham sido escritos no período, este é dos mais “perversos e cruéis“. Verdadeiro “manual de ódio, de tortura e morte“.
A partir dele a Igreja Católica torturou, matou e perseguiu especialmente as mulheres, acusadas de bruxaria, pactos com o diabo e heresias, levando à fogueira mais de cem mil delas na Europa.
O Malleus passou a ser o guia da perseguição às mulheres acusadas de práticas de magia. Fez com que todo o período fosse conhecido como de caça às bruxas. Seus eventos mais acentuadamente foram na França e Alemanha. Em alguns momentos na Inglaterra, Bélgica, Suíça, Itália e outros.
O livro é dividido em três partes. Na primeira, relata as propriedades do demônio e sua ligação com a bruxaria. A segunda trata de como lidar com os malefícios durante o dia-a-dia. Finalmente, a terceira parte faz a descrição de como proceder aos julgamentos e como cumprir as sentenças.
Apesar de seu conteúdo obscuro, é uma obra da Idade Moderna. Surgiu poucos anos antes da viagem de Colombo. E é contemporânea da obra de Pico della Mirandola, base do humanismo florentino.
Embora o livro original traga uma dupla autoria, modernamente é consenso que o papel de Sprenger deva ser mínima.
Embora sua historia conte com testemunho e autorizações de membros do alto clero, não há quaisquer comprovações de que tais testemunhos não tenham sido plagiados pelo autor, fato esse estudado por pesquisadores e estudiosos que afirmam o plágio ou ao menos a grande suspeita.