Aniversário de 81 anos de Zé do Caixão

Dia 13 de março de 2017 é o aniversário de 81 anos de Zé do Caixão

A equipe do Nefasto com muito orgulho dá os parabéns pelo aniversário de 81 anos de Zé do Caixão! José Mojica Marins, você que há muitas décadas preenche o imaginário brasileiro e internacional com premiadas histórias de terror, merece nossa congratulação.

Vamos contar um pouco da sua trajetória para aqueles que não te conhecem muito bem. Aí vai!

José Mojica Marins (São Paulo, 13 de março de 1936) é um cineasta, ator, roteirista de cinema e televisão brasileiro. Mojica também é conhecido como Zé do Caixão, seu personagem mais famoso.

Mojica desenvolveu um estilo próprio de filmar que, inicialmente desprezado pela crítica nacional, passou a ser reverenciado após seus filmes começarem a ser considerados cult no circuito internacional. Mojica é considerado como um dos inspiradores do movimento marginal no Brasil.

Como tudo começou

Nascido em uma fazenda pertencente à fábrica de cigarros Caruso, na Vila Mariana, em São Paulo, é filho dos artistas circenses Antônio André e Carmen Marins, primo de Fernando Marins, e neto do espanhol José Marins que chegou ao Brasil em 1904. Seu tio (Miguel, também filho de José Marins) foi toureiro enquanto o avô, José Marins, fazia performance de toureiro vestido de palhaço no picadeiro.

José Mojica Marins ainda criança, passava horas lendo gibis, assistindo a filmes na sala de projeção do Cinema em que seu pai trabalhava, brincava de teatro de bonecos e montava peças com fantasias feitas de papelão e tecido. Quando tinha 3 anos, a família de Mojica veio a se mudar para os fundos de um cinema na Vila Anastácio. O pai de Mojica passou a ser gerente do cinema.

Depois que ganhou uma Câmera V-8, aos 12 anos, não mais parou de fazer cinema, essa era a sua vida. Muitos de seus filmes artesanais feitos nessa época eram exibidos em cidades pequenas, cobrindo assim os custos de produção. Autodidata, montou uma escola de interpretação para amigos e vizinhos e quando tinha 17 anos, depois de vários filmes amadores, fundou com ajuda de amigos, a Companhia Cinematográfica Atlas. Especializado em terror escatológico, criou uma escola de atores (1956), onde na década seguinte, montaria uma sinagoga (1964), no bairro de Brás, onde fazia experiências com atores amadores, usando insetos para medir sua coragem.

Carreira profissional

Depois da fundação de sua escola, a carreira profissional de Mojica Marins passou a ficar cada mais mais próxima. Mojica Marins tentou realizar o filme Sentença de Deus por três vezes e o filme acabou como inacabado. Semiprofissional, o filme Sentença de Deus é experimental no sentido mais genuíno e revela os primeiros passos de José Mojica Marins na arte do cinema.

Em 1958, veio a ser concluído A Sina do Aventureiro. Depois de aceitar a proposta de fazer um filme que agradasse aos padres, Mojica Marins criou a história de Meu Destino em Tuas Mãos e procurou Ozualdo Candeias para fazer o roteiro – que não foi creditado. As tragédias familiares são apresentadas pelo cineasta com requintes de maldade, temperados por aquele neo-realismo involuntário das produções sem dinheiro. A direção de Mojica deixou o filme ainda mais cru e violento.

Algum tempo depois, o produtor Nelson Teixeira Mendes contratou Mojica para ser ator no O diabo de Vila Velha, um bang-bang. Como condição, o Mojica pediu para poder levar o pai, que estava muito doente, para o Paraná, onde o filme ia ser feito. Após muitas discussões com o diretor Ody Fraga, este veio a se afastar e Mojica assumiu a direção filme, aonde demonstrou afinidade com o gênero faroeste, que já havia exercitado em A sina do aventureiro e ao qual voltaria em D’Gajão mata para vingar.

Zé do Caixão

Mojica Marins criou um personagem popular sem basear-se em nenhum mito do horror conhecido mundialmente. “Zé do Caixão”, seu personagem mais conhecido, foi criado por ele em 11 de outubro de 1963, após ser atormentado por um pesadelo no qual um vulto o arrastava até seu próprio túmulo. Segundo o próprio José Mojica Marins, o nome Zé do Caixão veio de uma lenda de um ser que viveu há milhões de anos no planeta terra que se transformou em luz e depois de anos esta luz voltou a terra. A primeira aparição do personagem foi no filme À Meia-Noite Levarei Sua Alma (1963).

Embora raramente mencionada nos filmes, o nome verdadeiro Zé do Caixão é Josefel Zanatas.

” Eu fui achando um nome: Josefel – “fel” por ser amargo – e achei também o Zanatas legal, porque de trás para frente dava Satanás”, explica José Mojica.

Zé do Caixão é um personagem amoral e niilista que se considera superior aos outros e os exploras para atender seus objetivos. Zé do Caixão é um descrente obsessivo, um personagem humano, que não crê em Deus ou no diabo. O cruel e sádico agente funerário Zé do Caixão é temido e odiado pelos habitantes da cidade onde mora. O tema principal da saga do personagem é sua obsessão pela continuidade do sangue: ele quer o pai da criança superior a partir da “mulher perfeita”. Sua ideia de uma mulher “perfeita” não é exatamente físico, mas alguém que ele considera intelectualmente superior à média, e nessa busca ele está disposto a matar quem cruza seu caminho.

A ideia

Mojica Marins afirma que a ideia do personagem surgiu em um sonho:
“Certa noite, ao chegar em casa bem cansado, fui jantar. Em seguida, estava meio sonolento, entre dormindo e acordado, e foi aí que tudo aconteceu: vi num sonho um vulto me arrastando para um cemitério. Logo ele me deixou em frente a uma lápide, lá havia duas datas, a do meu nascimento e a da minha morte. As pessoas em casa ficaram bastante assustadas, chamaram até um pai-de-santo por achar que eu estava com o diabo no corpo.

Acordei aos berros, e naquele momento decidi que faria um filme diferente de tudo que já havia realizado. Estava nascendo naquele momento o personagem que se tornaria uma lenda: Zé do Caixão. O personagem começava a tomar forma na minha mente e na minha vida. O cemitério me deu o nome; completavam a indumentária do Zé a capa preta da macumba e a cartola, que era o símbolo de uma marca de cigarros clássicos. Ele seria um agente funerário.”

À Meia Noite Levarei Sua Alma

Por falta de um ator, pois não havia nenhum que se submetesse à caracterização do personagem, o autor transformou-se em Zé do Caixão. Mojica, na época, estava de barba, por causa de uma promessa de família. Com o tempo o nome do personagem passou a confundir-se com o do próprio autor e lhe trouxe praticamente toda sua fama. Com dificuldade, pois os atores não confiavam nem acreditam em Mojica, ele realizou as filmagens de À Meia Noite Levarei Sua Alma, com apenas atores de sua escola de teatro.

O filme marca a maturidade de José Mojica Marins como diretor, que se relaciona perfeitamente com o domínio da linguagem cinematográfica. Em À meia-noite levarei sua alma há todo um requintado trabalho de construção de espaços diferenciados para Zé do Caixão, e esse é o modo como o filme logra distinguir este personagem dos outros.

Mojica teve seus títulos lançados na Europa e nos Estados Unidos, onde participou de mostras, festivais e recebeu prêmios.

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