Alquimia – Uma visão geral
Uma passagem sobre a oculta e misteriosa arte da Alquimia
A Alquimia pode assumir diversas conotações dependendo do contexto e como é interpretada. Pode ser condiderada uma ramo da ciência, combinando elementos da Química, Antropologia, Astrologia, Filosofia, Metalurgia e Matemática. E também pode ser considerada a busca filosófica e espirutual de um estado mais elevado de conciência.
Quando pensamos em alquimia automaticamente pensamos em Pedra Filosofal e transformação de metal em ouro.
Na realidade essa é uma análise muito rasa dessa ciência, e que não passa de uma mera metáfora.
Em linhas gerais o senso comum aponta para quatro objetivos principais na sua prática:
– Transmutação dos metais inferiores ao ouro;
– A obtenção do Elixir da Longa Vida, que concederia vida eterna a quem o tomasse;
– Criar vida humana artificial, os homunculi
– Fazer com que a realeza conseguisse enriquecer mais rapidamente
Olhando de perto esses 4 objetivos conseguimos enxergar com clareza o paralelo metafórico entre práticas corpóreas e espirituais.
A ideia da transformação de metais em ouro, acredita-se estar diretamente ligada a uma metáfora de mudança de consciência. O metal seria a mente bruta, ignorante, que se transforma em ouro, ou seja, sabedoria. Isso só poderia ser alcançado através da pedra filosofal, que alegoricamente representa a elevação espiritual da consciencia a niveis cósmicos.
Diz-se que, uma vez alcançada essa planitude espiritual fornecida pela pedra filosofal, o homem então alcançará a vida eterna, seja de forma literal ou num sentido metafísico.
Tal busca era desempenhada nos laboratórios alquímicos. Os alquimistas faziam experiências representativas pois acreditavam que absolutamente tudo estava interligado.
Se for possível transformar metal rústico em ouro, o mesmo processo poderia ser aplicado na mente humana. A mesma lógica.
Por isso, muitos alquimistas dedicaram a vida inteira a fundir metais em seus laboratórios em busca de ouro.
Em posse dessa “chave”, capaz de transformar metal em ouro, ignorância em sabedoria, eles seriam capazes de gerar vida a partir de objetos inanimados, os Homunculi. Não se pode duvidar da influência que a tradição judaica teve neste aspecto, pois na cabala existe a possibilidade de dar vida a um ser artificial feito de barro, o Golem.
Obviamente a história de transformar metal em ouro e de alcançar a vida eterna soou muito interessante para a realeza e serviu como uma garantia para que os alquimistas pudessem continuar seu trabalho.
A alquimia também é classificada como uma ciência ou arte hermética. Neste caso, hermético é uma alusão direta ao lendário Hermes Trismegistus. Por ser de compreensão, a alquimia era reservada apenas para os Iniciados nas artes ocultas.
A origem da palavra também é rodeada de incertezas. Alquimia pode ser originada no vocábulo árabe kimia, que por sua vez, deriva-se da palavra egípcia keme, que significa terra negra e era uma das formas usadas para referir-se ao Egito, país onde provavelmente surgiu a alquimia. Ainda, pode-se considerar que a palavra tenha surgido da expressão árabe al khen que tem raiz grega na palavra elkimya e significa o país negro. Também cogita-se uma origem direta no grego, na palavra chyma que se relaciona à fundição de metais.
Os preceitos da alquimia se encontram condensados na misteriosa Tábua Esmeralda.
Uma das características principais dos tratados alquímicos é a linguagem complexa e rebuscada na qual são redigidos. Durante a Idade Média, isto poderia ser um recurso usado pelos alquimistas para que não fossem alvo da perseguição da Inquisição. Porém, também é possível que os autores tentassem ocultar as fórmulas, de modo que apenas outros alquimistas compreendessem.
Pela Redação do Nefasto.