Howard Phillips Lovecraft
Howard Phillips Lovecraft
O gênio do terror sobrenatural
Howard Phillips Lovecraft (Providence, Rhode Island, 20 de agosto de 1890 — Providence, Rhode Island, 15 de março de 1937), mais conhecido por H. P. Lovecraft, foi um escritor estadunidense que revolucionou o gênero de terror, atribuindo-lhe elementos fantásticos típicos dos gêneros de fantasia e ficção científica.
Howard Phillips Lovecraft nasceu às 9 da manhã do dia 20 de agosto de 1890, na casa de sua família, no número 454 (na época, 194) da Angell Street, em Providence, Rhode Island. Sua mãe era Sarah Susan Phillips Lovecraft, cuja ancestralidade ascendia à chegada de George Phillips a Massachusetts, em 1630. Seu pai era Winfield Scott Lovecraft, vendedor ambulante da Gorham & Co., Silversmiths, de Providence. Quando Lovecraft tinha três anos, seu pai sofreu um colapso nervoso num quarto de hotel em Chicago e foi trazido de volta para o Butler Hospital, onde permaneceu por cinco anos até morrer em 19 de julho de 1898. Aparentemente, Lovecraft aprendeu que seu pai esteve paralisado e em coma durante esse período, mas as evidências sugerem que não foi isso que aconteceu. É quase certo que o pai de Lovecraft morreu de paresia, causada pela sífilis.
Com a morte do pai, a responsabilidade de criar o filho recaiu sobre a mãe, duas tias e, em especial, sobre seu avô, o proeminente industrial Whipple Van Buren Phillips. Lovecraft foi uma criança precoce: aos dois anos já recitava poesia e aos três já lia. Foi nessa época que adaptou o pseudônimo de Abdul Alhazred, que mais tarde se tornaria o autor do mítico Necronomicon. No ano seguinte, porém, seu interesse por assuntos árabes foi eclipsado pela descoberta da mitologia grega, colhida na Age of Fable de Thomas Bulfinch e em versões para crianças da Ilíada e da Odisséia. Com efeito, o mais antigo de seus escritos que se conhece, “O poema de Ulisses” (1897), é uma paráfrase da Odisséia em 88 versos com rimas internas. Mas Lovecraft, por esse tempo, já havia descoberto a ficção fantástica, e sua primeira história – “The Noble Eavesdropper” (O nobre mexeriqueiro) –, que não chegou até nós, parece remontar a 1896. Seu interesse pelo fantástico proveio de seu avô, que entretinha Lovecraft com histórias improvisadas, à maneira gótica.
Enquanto menino, Lovecraft foi um tanto solitário e sofreu de doenças freqüentes, muitas, aparentemente, de natureza psicológica. Freqüentou de maneira esporádica a Slater Avenue School, mas encharcou-se de informações por meio de leituras independentes. Por volta dos oito anos, descobriu a ciência, primeiro a química, depois a astronomia. Passou a produzir jornais em hectógrafo – The Scientific Gazette (A Gazeta Científica) e The Rhode Island Journal of Astronomy (Folha de Astronomia de Rhode Island) –, para serem distribuídos entre amigos. Quando foi para a Hope Street High School (nível colegial), encontrou afinidade e encorajamento tanto nos professores quanto nos colegas e desenvolveu várias amizades bastante duradouras com rapazes da sua idade. A estréia de Lovecraft em letra impressa ocorreu 1906, quando enviou uma carta tratando de assunto astronômico ao Providence Sunday Journal. Pouco depois, começou a escrever uma coluna mensal de astronomia para o Pawtuxet Valley Gleaner, um jornalzinho rural. Mais tarde escreveu colunas para o Providence Tribune (1906-8) e o Providence Evening News (1914-1918), bem como para o Asheville (N. C.) Gazette-News (1915).
Em 1904, a morte do avô de Lovecraft e a subseqüente dilapidação de seu patrimônio e negócio mergulharam a família em sérias dificuldades. Lovecraft e sua mãe se viram forçados a abandonar a glória de seu lar vitoriano para morar numa residência apertada, no número 598 da Angell Street. Lovecraft ficou arrasado com a perda do lar natal. Aparentemente, ele teria pensado em suicídio, enquanto passeava de bicicleta e contemplava as profundezas escuras do rio Barrington. Mas o gosto de aprender baniu esses pensamentos. Em 1908, porém, pouco antes de sua formatura no colégio, sofreu um colapso nervoso que o obrigou a deixar a escola sem receber o diploma. Esse fato e o conseqüente fracasso em tentar entrar para a Brown University sempre o envergonharam nos anos posteriores, não obstante ter sido ele um dos autodidatas mais formidáveis de seu tempo. Entre 1908 e 1913, Lovrecraft viveu praticamente como um eremita, dedicando-se quase só aos seus interesses astronômicos e a escrever poesia. Ao longo de todo esse período, Lovecraft se envolveu numa relação fechada e pouco saudável com a mãe, que ainda sofria com o trauma da doença e morte do marido e que desenvolveu uma relação patológica de amor-ódio com o filho.
Lovecraft emergiu de seu eremitério de maneira bastante peculiar. Tendo começado a ler os primeiros magazines pulp de sua época, ficou tão irritado com as insípidas histórias de amor de um certo Fred Jackson, no Argosy, que escreveu uma carta em versos, atacando Jackson. A carta foi publicada em 1913, suscitando uma tempestade de protestos por parte dos defensores de Jackson. Lovecraft se meteu num debate acalorado na coluna de cartas do Argosy e dos magazines congêneres, aparecendo as suas respostas quase sempre em dísticos heróicos e humorísticos, descendentes de Dryden e Pope. A controvérsia foi notada por Edward F. Daas, presidente da United Amateur Press Association (Associação Unida de Imprensa Amadora, UAPA), um grupo de escritores amadores de todo o país que escreviam e publicavam os seus próprios magazines. Daas convidou Lovecraft a se juntar à UAPA, e Lovecraft fez isso nos começos de 1914. Lovecraft publicou treze edições de seu próprio periódico, The Conservative (O conservador, 1915-23), e também enviou volumosas contribuições de poesia e ensaios para outros jornais. Mais tarde, tornou-se presidente e editor oficial da UAPA, atuando ainda, por breve período, como presidente da rival National Amateur Press Association (Associação Nacional de Imprensa Amadora, NAPA). Essas experiências podem ter salvado Lovecraft de uma vida de reclusão improdutiva; como ele mesmo disse certa vez: “Em 1914, quando a mão amigável do amadorismo se estendeu para mim, eu estava tão próximo do estado de vegetação quanto qualquer animal… Com o advento da [Associação] Unida, ganhei uma renovação de vida, um senso renovado da existência como sendo algo mais que um peso supérfluo, e encontrei uma esfera na qual podia sentir que meus esforços não eram totalmente fúteis. Pela primeira vez, pude imaginar que minhas investidas desajeitadas no campo da arte eram um pouco mais do que gritos débeis perdidos no mundo indiferente.”
Foi no universo amador que Lovecraft recomeçou a escrever sua ficção, abandonada em 1908. W. Paul Cook e outros, percebendo as promessas dessas primeiras histórias, tais como The beast in the cave (A besta na caverna, 1905) ou The alchemist (O alquimista, 1908), instaram Lovecraft a retomar a pena. E foi o que Lovecraft fez, escrevendo, num jorro, The tomb (A tumba) e Dagon no verão de 1917. Depois, Lovecraft manteve um constante, porém esparso, fluxo de ficção, embora até pelo menos 1922 a poesia e os ensaios ainda fossem os seus modos predominantes de expressão. Lovecraft também se envolveu numa rede sempre crescente de correspondência com amigos e associados, o que o tornou um dos maiores e mais prolíficos missivistas do século.
A mãe de Lovecraft, com sua condição mental e física deteriorada, sofreu um colapso nervoso em 1919, dando entrada no Butler Hospital, de onde, tal como seu marido, jamais sairia. Sua morte, porém, ocorrida em 24 de maio de 1921, deveu-se a uma cirurgia mal conduzida de vesícula. Lovecraft sofreu profundamente com a perda da mãe, mas em poucas semanas se recuperou o suficiente para comparecer a uma convenção de jornalismo amador em Boston, a 4 de julho de 1921. Foi nessa ocasião que viu pela primeira vez a mulher que se tornaria sua esposa. Sonia Haft Green era judia-russa, com sete anos a mais que Lovecraft, mas ambos parecem ter encontrado, pelo menos no início, bastante afinidade um no outro. Lovecraft visitou Sonia em seu apartamento no Brooklyn em 1922, e a notícia de seu casamento – em 3 de março de 1924 – não foi surpresa para seus amigos, mas pode ter sido para as duas tias de Lovecraft, Lillian D. Clark e Annie E. Phillips Gramwell, que foram notificadas por carta só depois que a cerimônia ocorreu. Lovecraft se mudou para o apartamento de Sonia no Brooklyn, e as perspectivas iniciais do casal pareciam boas: Lovecraft angariara posição como escritor profissional, por meio da aceitação de várias de suas primeiras histórias na Weird Tales, o célebre magazine fundado em 1923, e Sonia tinha uma loja de chapéus bem-sucedida na Quinta Avenida, em Nova York.
Mas os problemas chegaram para o casal quase imediatamente: a loja de chapéus faliu, Lovecraft perdeu a chance de editar um magazine associado à Weird Tales (para o que seria necessário que se mudasse para Chicago), e a saúde de Sonia se esvaiu, obrigando-a a passar uma temporada no sanatório de Nova Jersey. Lovecraft tentou garantir trabalho, mas poucos estavam dispostos a empregar um “velho” de trinta e quatro anos que não tinha experiência. Em primeiro de janeiro de 1925, Sonia foi trabalhar em Cleveland, e Lovecraft se mudou para um apartamento de solteiro, junto a um setor decadente do Brooklyn, denominado Red Hook.
Embora tivesse muitos amigos em Nova York – Frank Belknap Long, Rheinhart Kleiner, Samuel Loveman –, Lovecraft tornou-se cada vez mais depressivo, devido ao isolamento em que vivia e às massas de “forasteiros” na cidade. Sua ficção passou do nostálgico (“The shunned house” – 1924 – se passa em Providence) para o frio e misantrópico (“The horror in Red Hook” e “He” – ambas de 1924 – expõem claramente seu sentimento por Nova York). Finalmente, no início de 1926, fizeram-se planos para a volta de Lovecraft a Providence, da qual sentia tanta falta. Mas onde se encaixava Sonia nesses planos? Ninguém parecia saber, muito menos Lovecraft. Embora continuasse a professar sua afeição por ela, acabou concordando quando suas tias se opuseram à vinda dela a Providence, para iniciar um negócio: seu sobrinho não podia manchar-se com o estigma de uma esposa que era negociante. O casamento praticamente acabou, e o divórcio – ocorrido em 1929 – foi inevitável.
Quando Lovecraft retornou a Providence, em 17 de abril de 1926, para morar na Barnes Street, ao norte da Brown University, não foi para se sepultar, conforme fizera no período de 1908-1913. De fato, os últimos dez anos de sua vida foram o tempo de seu maior florescimento, tanto como escritor quanto como ser humano. Sua vida era relativamente pobre de ocorrências – viajou largamente por vários lugares antigos ao longo da costa leste (Quebec, Nova Inglaterra, Filadélfia, Charleston, Santo Agostinho); escreveu sua melhor ficção, isto é, desde “The call of Cthulhu” (O chamado de Cthulhu, 1926) até “At the mountains of madness” (Nas montanhas da loucura, 1931) e “The shadow out of Time” (A sombra dos tempos, 1934-1935); e continuou sua correspondência vasta e prodigiosa –, mas tinha encontrado seu nicho como escritor de ficção fantástica da Nova Inglaterra e também como homem de letras. Estimulou a carreira de muitos autores jovens (August Derleth, Donald Wandrei, Robert Bloch, Fritz Leiber); voltou-se para as questões políticas e econômicas, quando a Grande Depressão o levou a apoiar Roosevelt e a se tornar um socialista moderado; e continuou absorvendo conhecimento num largo espectro de temas, de filosofia até literatura, história e arquitetura.
Nos últimos dois ou três anos de sua vida, no entanto, Lovecraft passou por alguns apertos. Em 1932, morreu a sua amada tia Mrs. Clark, e ele se mudou para o número 66 da College Street, atrás da John Hay Library, levando consigo sua outra tia, Mrs. Gamwell, em 1933. (Esta casa é agora o número 65 da Prospect Street.). Suas últimas histórias, cada vez mais longas e complexas, eram difíceis de vender, e ele foi forçado a ganhar seu sustento às custas de muita “revisão” ou trabalho como ghost-writer de histórias, poesia e obras não-ficcionais. Em 1936, o suicídio de Robert E. Howard, um de seus correspondentes mais chegados, deixou-o desorientado e triste. Por essa época, a doença que o levaria à morte – um câncer no intestino – havia progredido tanto que pouco se podia fazer para tratá-la. Lovecraft tentou resistir, em meio às dores crescentes, através do inverno de 1936-1937, mas finalmente teve de dar entrada no Jane Brown Memorial Hospital, em 10 de março de 1937, onde morreu cinco dias depois. Foi sepultado em 18 de março, no jazigo da família Phillips, no Swan Point Cemetery.
É provável que, percebendo a aproximação da morte, Lovecraft tenha entrevisto o esquecimento final de sua obra: nunca teve um único livro publicado em toda a vida (a não ser, talvez, a péssima edição de The shadow over Innsmouth – A sombra sobre Innsmouth –, de 1936), e suas histórias, ensaios e poemas jaziam espalhados por uma porção desconcertante de pulp magazines amadores. Mas as amizades que ele tinha forjado só por correspondência lhe valeram aqui: August Derleth e Donald Wandrei estavam determinados a preservar dignamente as histórias de Lovecraft num um livro de capa dura e criaram ao selo editorial Arkham House, destinado inicialmente à publicação de Lovecraft. Editaram The outsider and the others (O forasteiro e outras histórias), em 1939. Diversos outros volumes se seguiram pela Arkham House, até que a obra de Lovecraft passou ao papel e foi traduzida em uma dúzia de línguas. Hoje, no centenário de seu nascimento, suas histórias estão disponíveis em edições com texto corrigido, seus ensaios, poemas e cartas circulam amplamente, e muitos estudiosos têm comprovado as profundidades e complexidades de sua obra e de seu pensamento. Falta muito a ser feito no estudo de Lovecraft, mas é correto dizer que, graças ao mérito intrínseco de seu trabalho e à diligência de seus associados e apoiadores, Lovecraft conquistou um pequeno, mas inexpugnável, nicho no cânone das literaturas americana e mundial.
Os Mitos de Cthulhu
Os Mitos de Cthulhu (do inglês, Cthulhu Mythos) é o termo usado pelo escritor August Derleth como referência ao panteão de monstros e seres fantásticos que habitam os contos de ficção científica e horror de Howard Phillips Lovecraft. Subsequentemente, o termo também é usado pelas gerações de escritores influenciados por sua vida e obra.
Os Mitos
Cthulhu teve sua primeira referenciação no conto “O Chamado de Cthulhu” (do inglês The Call of Cthulhu), na forma de uma estatueta de argila, representando um híbrido de octópode, ser humano, e dragão (de acordo com descrições do próprio autor). Ele está ligado ao mito dos Grandes Antigos (do inglês Great Old Ones), que surgem constantemente ao longo de toda sua obra, como em Nas Montanhas da Loucura (At the Mountains of Madness), A Sombra Vinda do Tempo (Shadow Out of Time), Um Sussurro nas Trevas (Whisperer in Darkness), entre outros. Segundo os Mitos, a Terra teria sido habitada, há bilhões de anos, por criaturas que aqui teriam chegado antes que nosso planeta fosse capaz de gerar ou sustentar vida por si próprio. Eles, e não Deus, teriam criado a vida: o próprio Homem seria uma criação deles, gerada unicamente por escárnio e servitude. Em contos posteriores, fica implícito que os Grandes Antigos seriam criadores do próprio universo, e de todos os seres nele presentes. Isso foi suficiente para que Lovecraft fosse considerado pelas igrejas fundamentalistas do mundo inteiro, que acreditam na versão da criação bíblica, como blasfémio. Os Grandes Antigos teriam Cthulhu como um de seus líderes (de acordo com os contos, seria o Alto Sacerdote, responsável pelo ressurgimento de todos os outros quando as estrelas estivessem alinhadas devidamente), embora existam outros monstros na “Literatura Lovecraftiana” ainda mais estranhos e cruéis, como o Demônio-Sultão Azathoth. Os Mitos são uma metáfora para a insignificância humana diante da magnitude do Universo: mais do que malevolentes, os monstros dos Mitos são, na verdade, friamente indiferentes à existência e sofrimento humanos, encarnando as verdadeiras forças da Natureza.
Os Deuses
Vários deuses são citados nas histórias que compõem o Mito, dentre os quais se destacam:
- Cthulhu
- Azathoth
- Hastur
- Nyarlathotep
- Shub-Niggurath
- Tsathoggua
- Yog-Sothoth
- Dagon e Hydra
Contos
The Tomb – 1917
Dagon – 1917
A Reminiscence of Dr. Samuel Johnson – 1917
Polaris – 1918
Beyond the Wall of Sleep – 1919
Memory – 1919
Old Bugs – 1919
The Transition of Juan Romero – 1919
The White Ship – 1919
The Doom that Came to Sarnath – 1919
The Statement of Randolph Carter – 1919
The Street – 1919
Sweet Ermengarde – 1919
The Terrible Old Man – 1920
The Tree – 1920
The Cats of Ulthar – 1920
The Temple – 1920
Facts Concerning the Late Arthur Jermyn and His Family – 1920
Celephaïs – 1920
From Beyond – 1920
Nyarlathotep – 1920
The Picture in the House – 1920
Ex Oblivione – 1921
The Nameless City – 1921
The Quest of Iranon – 1921
The Moon-Bog – 1921
The Outsider – 1921
The Other Gods – 1921
Herbert West–Reanimator – 1922
The Music of Erich Zann – 1922
Hypnos – 1922
What the Moon Brings – 1922
Azathoth – 1922
The Hound – 1922
The Lurking Fear – 1922
The Rats in the Walls – 1923
The Unnamable – 1923
The Festival – 1923
The Shunned House – 1924
The Horror at Red Hook – 1925
He – 1925
In the Vault – 1925
Cool Air – 1926
The Call of Cthulhu – 1926
Pickman’s Model – 1926
The Dream-Quest of Unknown Kadath – 1926
The Silver Key – 1926
The Strange High House in the Mist – 1926
The Case of Charles Dexter Ward – 1927
The Colour out of Space – 1927
The Descendant – 1927
Necronomicon – 1927
The Very Old Folk – 1927
The Dunwich Horror – 1928
Ibid – 1928
The Whisperer in Darkness – 1930
At the Mountains of Madness – 1931
The Shadow over Innsmouth – 1931
The Dreams in the Witch House – 1932
The Evil Clergyman – 1933
The Thing on the Doorstep – 1933
The Book – 1933
The Shadow Out of Time – 1934
The Haunter of the Dark – 1935